História! Parte 14

Olááá leitores! Como vocês estão? Vocês estão bem? Eu estou sim! E gente, eu simplesmente cansei de ser má e eu fiz uma coisa boa acontecer na vida da Bianca :) Em fim... Tenham uma boa leitura e agora leiram! huahuahua 


" Cap 14

Alguns dizem que a morte é parte da vida. Outros dizem que é onde termina a vida. Mas não seria isso que eu diria de Carol. Ela estava apenas... viajando. Uma longa viagem de trem que tem apenas ida. Lá ela tem comida de primeira categoria, um quarto tão grande quanto o trem e tudo que ela precisava para viver bem.
Domingo a noite deitei na cama e fechei os olhos prestando atenção no buraco enorme que decidiu se instalar em meu peito. Respirei fundo controlando minha respiração, ela ameaçava se desregular e me fazer engasgar em lagrimas novamente. Meu rosto estava inchado e agora, hoje tinha experimentado algumas sensações que não sentia a muito tempo mas a única coisa que eu queria agora era dormir e esquecer todo esse dia.


Depois que agradeci dona Marta pela hospitalidade, me levantei e me virei em direção para a porta.
- Bia... você ainda quer ir lá? – Ele perguntou, e no tom em sua voz podia identificar uma ponta de desespero, ele estava tão triste quanto eu. Perdera o amigo assim como eu. Ele me intendia. Ou eu achava.
Respirei antes de responder e olhei os olhos azuis de Leo. Apenas de olhar seu rosto podia sentir meu coração pular mais forte. Mas não era aquilo que eu queria. Eu queria apenas... me trancar em meu quarto e lidar com tudo isso em minha cama, com minha sapatilha de ponta.
- Não, obrigada Leo. Eu.. – procurei as palavras certas, mas elas não chegavam a mim – Eu quero ficar um pouco sozinha.
Vi em seus olhos um pouco de desapontamento.
- Okay – Ele disse dando outro sorriso triste. – Eu vou com você até sua casa.
Ia negar, dizendo que não precisava, mas via que não era eu que precisava ficar um pouco sozinho. De uma hora para outra Leo pareceu tão... cansado, como se estivesse trabalhado a noite inteira em um trabalho de escola.
Então me despedi novamente de Marta e segui em direção a porta. O Dálmata latiu e se levantou sem muitas dificuldades do final do corredor, veio correndo em direção a Leo. Nem percebi que sorria, sempre amara cachorros, eles me davam a sensação de que precisava de mim, não o contrário, como sempre era.
Leo fez carinho atrás de suas grandes orelhas e se virou para mim .
- Vamos? – Disse ele.
- Sempre estamos indo – Respondi quase instantaneamente. Ele sorriu em resposta e saímos de sua casa.

- Quando sua mãe me ligou eu sai de casa a sua procura sabia? – Ele disse em quanto descia o elevador. Arrumei a bolsa de Carol no ombro, como fazia quando ia para o Ballet.
- Isso explica sua cara de cansado. – Falei brincando. – Demorou muito para me achar?
- Nem tanto – Ele sorriu não especificamente para mim, mas como se estivesse se lembrando em uma memória antiga. – A primeira coisa que fiz foi ligar para o celular da Carol, um cara atendeu, e eu perguntei se você estava lá e se a mãe de Carol também estava. Ele negou então eu comecei a andar aqui em volta. Passei por sua casa, pela de Anastácia e olha... Seja o que Carol fez, deixou Anastácia beeem bravinha. Ouvia seus gritos de raiva do inicio da quadra.
Sorri na possibilidade de Carol ter raspado a sobrancelha de Anastácia ou ter tingido sua pele som tinta permanente. Afastei esse pensamento mais rapido quanto ele conseguiu chegar. Por mais que quisesse matar Anastácia algumas vezes, ela... ainda merecia uma chance. Havia boatos que seu pai a maltratava e que sua mãe não era uma estilista que morava na França – Por isso ninguém a via - assim como ela dissera, que sua mãe sofria de câncer e não saia de casa já que o marido pagava tudo para ela dentro de casa. Mas eram apenas boatos, ninguém sabia a verdade, nem suas melhores amigas, Bruna e Larissa, Bruna fazia Ballet comigo e Larissa era ginasta.
Andamos quase sem falar nada, sentia a ponta batendo levemente atrás de minha coluna. Até que chegamos em casa, havia dois carros na frente do portão. Um, reconheci na hora, era o carro de Monica, mãe de Carol, estava quase correndo para dentro de casa, mas Leo segurou meu braço e me beijou levemente.
- Se cuida Bia – Ele suspirou – Agente se ve amanha. – Ele deu as costas e se foi.
Andei de vagar para dentro de casa e levei um susto ao ver Madame Marg sentada com sua postura extremamente reta ao lado de Monica. Suas mãos estavam sobre a coxa e seus longos cabelos estavam soltos, o que era estranho pois sempre a vira com um grande coque atrás da nuca.
Ambas olharam para mim ao mesmo tempo. Monica estava com o rosto tão inchado quanto o meu a quele momento. E ao me ver ela se derramou em lagrimas novamente. Minha mãe estava ao seu lado com a mão em suas costas em sinal de consolo. Ela se levantou e me abraçou e eu retribui o mais forte que eu podia. Sentia o perfume de Carol em suas roupas o que me fez recair novamente. Nós duas choramos e ninguém nos interrompeu. Até que ela se afastou e colocou as mãos em meu rosto. Limpou as lagrimas que ainda escorriam com a ponta do dedão e eu fiz o mesmo.
- Eu sinto muito Moni – Falei com a visão embaçada. Ela soluçou antes de responder.
- Eu também sinto por você bibi – Ela tinha olheiras tão profundas que davam a impressão de não dormir a dias. O que provavelmente era verdade se não ouve-se se passado apenas algumas horas des da morte de Carol.
Me virei e abracei Madame Marg que passou a mão pelo meu cabelo loiro solto que se encontrava quase na cintura. Nos sentamos no sofá e de repente o ar era tão pesado que podia pesa-lo em uma balança.
- Então... – Falei olhando para Madame Marg confusa.
- Antes que eu fale... – disse ela olhando para mim. Sua postura me dava uma sensação de conforto. E percebi que eu também estava com a mesma postura. Coluna reta e ombros para trás, mãos sobre a coxa e cabelos soltos. Ela também percebeu e sorriu, um sorriso triste, mas sorriu. No céu, o sol brilhava mas havia nuvens de chuva que faziam o dia parecer mais triste do que estava. – Velhos costumes nunca mudam – Ela falou se referindo a minha postura. Sorri também, pois era verdade.
- Bia... – Monica disse fraca e roucamente. – A Bia disse alguma coisa? Eu não sabia que ela iria sair, ela não avia me avisado, ela disse que iria fazer alguma coisa para você mas eu não intendi bem o que, eu vim aqui atrás de respostas. Por favor, me ajude Bianca. – Seus olhos penetravam nos meus como faca quente em manteiga.
Respirei e contei tudo que sabia. Que ela se sentia culpada e decidiu se vingar por mim, e saiu para comemorar depois de ter saído tudo como planejara, pois sabia que o que ela tinha feito levaria a cadeia seja lá o que ela havia feito. Que ela havia ligado para mim e me convidado para uma festa. Chorei em quanto falava. Sentia a presença de Carol ao meu lado, dizendo que estava tudo bem. O que me fez sentir um pouco melhor.
- É bem a cara da Carolina se vingar por outras pessoas – Ela falou para ninguém em especifico – Mas bia... de quem ela se vingou exatamente e o que ela fez? – Ela limpava uma lagrima que escorria na bochecha.
- Ela... se vingou de Anastácia – Eu sentia o olhar de minha mãe, ela estava tão confusa quanto Monica. – Mãe, Você deus minhas pontas para Anastácia, e Carol sabia a importância delas para mim. Ela as pegou de volta e se vingou por Anastácia ter feito tudo que fez por mim. – Tirei das costas a mochila de Carol e mostrei as pontas para elas, não mostrei a carta. Era... pessoal de mais, era... medo de Monica não querer me devolver, era... estranho.
Agora era minha mãe que estava chorando.
- Bia... A culpa é minha – Minha mãe disse entre lagrimas.
- Não Monique, a culpa não é sua. – Monica falou para minha mãe. Depois disso ela ficou mais uma hora e Madame Marg não falou uma palavra até ela sair.
Madame Marg abriu um sorriso triste e olho para mim. Eram aproximadamente três horas da tarde. E a chuva começara a cair, Monica disse que não queria fazer enterro, que era algo pessoal. Não insisti no assunto, ela também pediu para que fosse pegar algumas coisas do quarto de Carol, pois olha-las era doloroso para ela, e não duvidava em nada que aquilo poderia ser para mim também.
- Bianca. – Ela olhava cada vez mais profundamente para mim. – eu tenho uma proposta para você. – Ela olhava as mãos que caiam delicadamente nas cochas. Havia um tom de felicidade e tristeza em sua voz – Ah um tempo eu venho pensando em minha vida – Ela deu um sorriso trite e continuou – nos ensaios, e em tudo que eu já fiz. Minha vida, assim como a sua se resume a dança. Acho que não conseguiria parar de dançar, mas acho que eu já dei o que tinha que dar, já não tenho tanta resistência como você tem hoje e nem tanta elasticidade como você tem. E Bia – Ela olhou para mim, e sorriu mais ao ver meus olhos. Olhava para ela com uma cara curiosa, era quase evidente que eu queria que ela chegasse direto ao ponto. – Você é de longe a minha melhor bailarina, quando sua mãe me disse que não queria mais que você dançasse pois você estava muito ocupada e não tendo tempo para a família e suas coisas, que só focava em ballet, eu quase chorei junto com você. – Olhava para ela com uma cara séria. Minha mãe? Ela... o que? Eu não podia acreditar, não, não, não, não, não. Não acreditava que ela me tirou porque achava que o ballet atrapalhava minha vida, minha família. A raiva dava saltos em meu peito. Fazia meu coração bater cada vez mais forte. Respirei fundo, tentando controlar minha respiração. – Então eu cedo a você, Bianca, o meu lugar de professora. Você já tem os mesmos conhecimentos e talvez até mais. Sei que não vou me arrepender de dar a você esse título. – Ela se levantou, cumprimentou minha mãe e passou a mão em minha cabeça em quanto eu olhava fixamente ao lugar que ela estava a 10 segundos atrás. Estava chocada – Sei que você vai ser a melhor professora que aquela escola já teve. Amanha te dou as chaves, já falei com seu tio para a troca, ele aceitou e começará a depositar o dinheiro em sua conta da qui uns dias, mas agente se fala amanha. Um beijo querida. – Ela saiu pela porta, passou o portão e entrou em seu carro. E eu continuava chocada, olhando fixamente ao lugar da minha antiga professora."


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Parte 9

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